segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO TAMBÉM DEVEM SER SUBMETIDOS A CHECK-UP!

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Sim. Assim como nós os nossos amigos de quatro patas também precisam ser submetidos a um check-up anual.


O que é o check-up?

O check-up é uma avaliação médica de rotina associada a exames específicos de acordo com idade, sexo e históricos pessoal e familiar. 

Quais os objetivos do check-up?


Os objetivos do check-up são:​
* Ajudar a prevenir doenças por meio da informação e da realização de ações de prevenção, como a vacinação;
* Estabelecer uma deita equilibrada;
* Conscientizar o tutor do pet sobre a necessidade de realização de determinados exames que podem propiciar diagnóstico precoce de doenças de curso assintomático (que não apresentam sintomas), podendo levar a maiores índices de cura.
* Diagnosticar doenças já instaladas, porém ainda não manifestadas (colesterol alto, diabetes, hipertensão) cujo tratamento terá impacto positivo na saúde e na qualidade de vida do seu animal de estimação.

Como é realizado o check-up?

O pet é submetido a uma consulta realizada pelo médico veterinário. Na primeira vez a lista de exames será uma pouco mais extensa, a partir do segundo ano alguns procedimentos não precisam ser repetidos, a menos que o médico veterinário julgue necessário.

Devo guardar os exames realizados pelo meu pet?
Sim. Sempre. E em todas as consultas realizadas esses exames devem ser levados e mostrados durante a consulta. Em nossa clínica cada paciente possui um site com todos os exames realizados por nossos médicos veterinários. Assim nossos pacientes não necessitam ter uma pasta com os exames impressos, o tutor ou o médico veterinário podem acessar de maneira mais tranquila e rápida.

Meu pet está aparentemente saudável. Ainda devo submetê-lo a uma check-up?

Sim. Algumas doenças são de curso assintomático em suas fases iniciais. Diagnosticar as doenças no inicio ajudam muito no sucesso do tratamento. Em alguns casos os pets demonstram sintomas, porém o tutor não percebe, às vezes pela rotina ou por tentarem associar a algum fato ocorrido. Por exemplo: é comum na rotina clínica atendermos pets com histórico de vômitos esporádicos que nunca despertaram curiosidade no tutor levando o a pensar que o seu animal ingeria algo que não deveria. Porém em alguns casos o paciente estava acometido por doenças crônicas como a Doença Renal.

É extremamente importante que seu animal de estimação seja submetido a uma consulta de rotina com o médico veterinário da sua confiança. Recomendamos que esse atendimento seja anual, em casos de algumas doenças crônicas o intervalo das avaliações será determinado pelo veterinário responsável pelo caso. Não esqueça que você é o responsável pela saúde do seu pet. Cuide dele de maneira consciente e responsável!

Dra Claudiane Marques Ferreira (Cacau)
Médica Veterinária




terça-feira, 8 de novembro de 2016

PLANTAS TÓXICAS PARA GATOS

As plantas são fontes significativas de mortalidade em gatos perdendo apenas para os envenenamentos por pesticidas, sendo que na maioria dos casos as intoxicações ocorrem por falta de informação dos proprietários sobre a toxicidade das plantas. A intoxicação por parte dos gatos pode ocorrer por vários motivos, dentre eles pura curiosidade, tédio ou mudança de ambiente. As plantas tóxicas possuem princípios ativos que alteram o conjunto funcional-orgânico do organismo causando reações biológicas diversas. Acreditamos que um tutor bem informado gera uma melhoria no bem-estar dos nossos pacientes, por isso criamos este artigo ilustrando algumas plantas potencialmente tóxicas para gatos.

Lírios 

São plantas oriundas da Europa e da Ásia muito comuns em nosso cotidiano estando presentes em decorações e jardins. Os gatos são mais propensos ao envenenamento por apresentarem uma peculiar atração por Lírios sendo sujeitos à intoxicação por ingestão. As espécies Lírio Branco (Lilium longiflorum), Lírio Tigre (Lilium lancifolium), Lírio Asiático (Lilium asiática) e Hemerocallis (Hemerocallis flava) estão entre as maiores causadoras de intoxicação causando morte das células dos rins, porém ainda não é conhecido o exato mecanismo de ação. A dose tóxica também é desconhecida, porém sabe-se que pequenas quantidades de folhas ou flores são suficientes para causar a intoxicação. Os sinais clínicos incluem vômitos, falta de apetite, depressão, aumento na ingestão de água, aumento da produção de urina e ocasionalmente incoordenação dos movimentos, edema de face e patas, convulsões e desorientação. Geralmente os sintomas iniciam-se rapidamente de uma a três horas após a ingestão do lírio, porém em alguns casos pode ocorrer em até cinco dias.

Lírio-da-paz 

Nome científico: Spathiphyllum wallisii
Todas as partes do Lírio-da-paz são tóxicas, desde as flores a raiz. Ela possui cristais de oxalato de cálcio solúveis e insolúveis, sendo predominante o primeiro tipo que são nefrotóxicos, ou seja, causa injúria aos rins. Os sinais clínicos mais predominantes são salivação excessiva, vômito, diarreia, inflamação da mucosa da boca, inflamação do trato intestinal, feridas na pele, edemas e/ou obstrução completa da faringe além de falta de apetite e dificuldade em respirar.

Azaleia 

Nome científico: Rhododendron spp
A Azaleia possui um glicosídeo cardiotóxico que resulta em diminuição da condutividade elétrica cardíaca. Complicado? Vamos traduzir: a azaleia possui uma molécula que causa um colapso no coração. As folhas são a parte tóxica da Azeleia. Os sinais clínicos da intoxicação são diminuição dos batimentos cardíacos, pulso irregular, dificuldade para respirar, falta de apetite, cólica abdominal, diarreia persistente podendo ter sangue, vômitos e salivação excessiva, depressão, coma e morte. Os sintomas tendem a aparecer após 6 horas de ingestão da planta.

Cica

Nome científico: Cycas revoluta Thunb

A planta Cica, também conhecida como Sagu é nativa do Japão e da Indonésia e tem sido muito utilizada para fins terapêuticos por algumas culturas, após correta lavagem para remover suas toxinas. Essa planta possui duas substâncias tóxicas descritas até o momento, são elas a cicasina e o àcido 2-amino-3-(metilamino)-propanóico. A primeira pode ser carcinogênica e a segunda causa degeneração e morte dos neurônios causando doenças neurodegenerativas, as quais se estendem por cerca de 36 meses, causando posteriormente a morte.
As substâncias tóxicas são encontradas nas folhas, raízes e semente, mas também há relatados na literatura de intoxicação por uma cão através da ingestão do caule.Outros sintomas da intoxicação são de cunho digestivos como vômito, diarreia, dor abdominal e aumento da ingestão de água, mas também podem surgir sintomas neurológicos como convulsão e coma. além de causar injúria ao fígado.


Alamanda  

Nome científico: Allamanda catártica L.
A Alamanda é uma planta nativa do litoral norte, nordeste e leste do Brasil.
Todas as partes da planta são consideradas tóxicas, mas o látex em especial pode causar distúrbios severos como vômitos, náuseas, diarreia e cólicas.



Kalanchoe  

Nome científico: Kalanchoe blossfeldiana
A kalanchoe é uma das plantas mais populares em ambientes domésticos, isso se deve ao fato de sua multiplicidade de formas, tamanhos e cores além de apresentar cultivo relativamente fácil e preço acessível. São amplos os princípios tóxicos, porém o de maior importância, um glicosídeo capaz de induzir lesões cardíacas. Em todas as partes da planta podem ser encontrados os princípios tóxicos, mas a maior concentração ocorre nas flores. Os principais sintomas clínicos observados na intoxicação com a Kalanchoe são depressão, incoordenação motora, tremores, convulsões, paralisia, coma e óbito.


Tutores de gatos devem ficar atentos! Os casos de intoxicações por plantas são considerados emergência por necessitarem de atendimento médico veterinário imediato. Em alguns casos existe o risco eminente de morte, por isso não perca tempo dando banhos, fornecendo leite ou qualquer outro líquido. Leve imediatamente ao médico veterinário!

AGUARDE NOVA PUBLICAÇÃO COM A LISTA DE PLANTAS TÓXICAS PARA GATOS!


Autora
Dra  C. Marques Ferreira
Médica Veterinária

Referências bibliográficas:
LOPES R. K.; RITTER M. R.; RATES S. M. K. Revisão das atividades biológicas e toxicidade das plantas ornamentais mais utilizadas no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v.7, n.3, p.305-315, jul/set. 2009.

TEIXEIRA L. B. C.; TOSTES R. A.; SAKATE, M.; LAURENTI, R. F. Intoxicação experimental por Kalanchoe Blossfeldiana (CRASSULACEAE) em cães. Ci. Anim. Bras., Goiânia, v.11, n.4, p. 955-961, out/dez, 2010.




segunda-feira, 3 de outubro de 2016





      Todo gato deve ser testado para FIV e FeLV antes da primeira vacinação e dependendo do resultado o teste deverá se repetir ao longo de sua vida. Só assim o médico veterinário poderá escolher qual a melhor vacina para o seu gatinho, pois não existe um “protocolo de vacinação” para todos os gatos. Os testes de FIV e FeLV, além do estilo de vida de seu gato serão os pontos chaves para definição das vacinas e suas regularidades de aplicação.

O que significa FIV?

A sigla FIV significa Feline Immunodeficiency Virus que traduzida para o português é definida como Vírus da Imunodeficiência Felina. A FIV é considerada a “AIDS felina” por apresentar uma estrutura e atuação semelhante ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Apesar das semelhanças com o HIV, a FIV não é transmissível para o ser humano. Esse vírus provoca uma depleção em algumas células do sistema imune e possui a capacidade de se manter escondido do sistema imune nos gatos por longos períodos de tempo, não se replicando, mas evitando com que os anticorpos o reconheçam mantendo-se assim como um reservatório viral. Em fase terminal inicia a fase de síndrome da imunodeficiência adquirida que é quando o gato está mais propenso a se infectar por outros doenças, pois seu sistema imunológico não é capaz de se defender. Resumindo: o paciente positivo para FIV possui um sistema imunológico incapaz de se defender de outras doenças.



Meu gato aparentemente está saudável. Ele pode ter FIV?

Sim. Como o vírus é capaz de se “esconder” das células do sistema imune um gato pode ser positivo para FIV e não apresentar nenhum sintoma por períodos longos em sua vida.



Quais são os sintomas da FIV?

Os sintomas clínicos são numerosos e extremamente variáveis, podendo ser de caráter esporádico ou persistentes. Os sinais clínicos podem ser da própria infecção causada pelo vírus da FIV ou por doenças que acometem o gato quando o mesmo desenvolve a imunodeficiência.

Qual o tratamento para FIV?

Não existe um protocolo de tratamento, uma vez positivo o paciente é avaliado periodicamente e o tratamento é direcionado para as doenças concomitantes.

Como é a transmissão pelo vírus da FIV?

A transmissão pode ocorrer através de mordidas, por inseminação artificial, durante a gestação e durante o parto.

Como faço para saber se meu gato tem FIV?

Em nossa clínica dispomos do teste rápido para diagnóstico de FIV. Precisamos apenas de uma pequena amostra de sangue. Podem ser necessários exames complementares.




O que significa a sigla FeLV?

A sigla FeLV significa Feline Leukemia Virus em português significa Vírus da Leucemia Felina. Esse vírus acomete as células do sistema imune podendo também atingir a medula óssea causando um estado de imunossupressão. Alguns gatos expostos ao vírus podem eliminar a infecção naturalmente. Esse vírus não é transmitido para o ser humano.

Meu gato aparentemente está saudável. Ele pode ter FeLV?

Sim. Em algumas fases da infecção alguns sintomas clínicos podem não ser percebidos pelo tutor.

Quais são os sintomas da FeLV?

Os sintomas clínicos são numerosos e extremamente variáveis, podendo ser de caráter esporádico ou persistentes. Os sinais clínicos podem ser da própria infecção causada pelo vírus da FeLV ou por doenças que acometem o gato quando o mesmo desenvolve a imunodeficiência. Podem ocorrer neoplasias (tumores) como Linfoma e Leucemia.

Qual o tratamento para FeLV?

Não existe um protocolo de tratamento, uma vez positivo o paciente é avaliado periodicamente e o tratamento é direcionado para as doenças concomitantes.

Como é a transmissão pelo vírus da FeLV?

A principal via de infecção é o contato prolongado com a saliva e as secreções nasais de um gato infectado. A lambedura e o compartilhamento de fontes de água ou alimento também podem resultar em infecção. Pode ocorrer infecção durante a gestação, via leite materno ou por via venérea.

Como faço para saber se meu gato tem FeLV?

Em nossa clínica dispomos do teste rápido para diagnóstico de FeLV, realizado através de amostra sanguínea.  Podem ser necessários exames complementares.


Autora

Dra C. Marques Ferreira
Médica veterinária



 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NELSON, R. W. Medicina interna de pequenos animais / Richard W. Nelson, C. Guilhermo Couto. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

TURRAS, M. C. C. D.  Estudo da prevalência de FIV/FELV numa população de 88 gatos errantes da região metropolitana de Lisboa. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária). Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Lisboa. Portugal, 2014.


terça-feira, 9 de agosto de 2016

Leishmaniose em cães e gatos



A Leishmaniose é uma zoonose em pauta de discussão entre os brasileiros há algum tempo, principalmente no quesito da ação governamental, que recomenda a eutanásia de cães infectados. Mesmo sendo uma doença altamente letal para nossos amigos de quatro patas, existem medidas de prevenção, inclusive imunização para os cães através da vacinação. Na rotina da clínica médica veterinária temos observado que algumas pessoas ainda desconhecem a importância da Leishmaniose para a saúde pública, por isso resolvemos criar esse artigo informativo na tentativa de sanar algumas dúvidas e ainda aumentar a corrente de pessoas preocupadas com a doença transformando o tutor de pets em um ser pró ativo no combate das Leishmanioses.

Afinal, o que é Leishmaniose?
Leishmaniose é uma doença infecciosa de alta letalidade que constitui um grave problema de saúde pública mundial. Ela acomete cães, gatos, seres humanos e outros animais.

Quem é o agente causador?
E como a doença se manifesta?
Os agente etiológico dessa doença é Leishmania spp, um protozoário que parasita células do sistema imune. As apresentações da doença ocorrem de três formas distintas: visceral, cutânea e mucocutânea. A forma visceral, conhecida popularmente como calazar é a manifestação mais severa da doença, o parasita migra para órgãos como fígado, baço e medula óssea e a ausência de tratamento leva a morte do hospedeiro. A forma cutânea se manifesta em feridas irritantes que evoluem para crostas e mudança da coloração da pele para tons mais escuros (hiperpigmentação), sendo a forma mucocutânea caracterizada por lesões maiores e mais profundas que se estendem para a mucosa de boca, nariz e genitais. 


Leishmaniose cutânea canina.

Como ocorre a transmissão das Leishmanioses?
A transmissão ocorre pela picada dos vetores infectados com a Leishmania spp., insetos Flebotomíneos Lutzomia longipalpis e Lutzomia cruzi conhecidos como mosquito palha. São pequenos e facilmente reconhecíveis pelo seu comportamento, ao voar em pequenos saltos e posar com as asas entreabertas. Os flebotomíneos apresentam hábitos crepusculares e noturnos, embora algumas espécies possam se mostrar ativas mesmo durante o dia. Quando não se encontram em atividade, refugiam-se em locais escuros, úmidos e abrigados, como fendas de rochas, paredes ou troncos de árvores, canis, galinheiros, dentro das casas, raízes de árvores, toca de animais. Os insetos adultos, tanto fêmea quanto o macho, alimentam-se de seivas vegetais. A hematofagia (alimentação de sangue) é uma característica exclusiva das fêmeas, e são realizadas durante o seu período reprodutivo.

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Como é realizado o diagnóstico?
Para o diagnóstico da doença, existem técnicas parasitológicas que permitem detectar o parasita e as sorológicas que permitem detectar uma resposta imunológica do cão e do gato ao parasita.

Existe tratamento?
Sim, porém não há cura completa.

Quais as medidas preventivas?
·         Existem produtos disponíveis para prevenção da picada do mosquito como coleiras, sprays e spot on. Para eliminar o mosquito, uma das maneiras é extinguir sua fonte de alimentação realizando a limpeza diária de quintais retirando fezes, frutos em decomposição e restos de folhas. Mantenha o cão e o gato abrigados desde o entardecer até o amanhecer.  Use inseticidas e repelentes. Instale telas com malha fina nas portas e janelas evitando a entrada do Flebotomíneo dentro de casa.

Se o seu animal não recebe qualquer tipo de proteção, o risco de infecção é bastante alto, principalmente em áreas endêmicas. Para os cães, já existe a imunização através da vacinação. Agende uma consulta e converse com um de nossos médicos veterinários sobre as Leishmanioses.


Autoras:
Dra C. Marques Ferreira e Dra Andrea Rosa
Médicas Veterinárias

Clínica Veterinária Vet Vida
www.clinicavetvida.com.br